O negro da capa chama-me logo a atenção para a personagem central desta carta. Ela está de luto.
Algo se perdeu com essas três taças entornadas. Antes de seguir em frente e tomar atenção às duas taças que continuam intactas atrás de si, é preciso dar um tempo a si mesmo para chorar o que foi perdido. O periodo de luto é essencial e sem o viver não é possível seguir em frente de forma calma e organizada.
Aqui não se pede que siga em frente e olhe para as duas taças que restam. Aqui pede-se que pare um pouco no tempo e tome atenção ao que perdeu, pensar no que se perdeu, entender o que aconteceu.
O rio a correr vem reforçar esta ideia de deixar as águas passar. Deixar correr. É um momento de introspecção. Um momento de viver a dor.
E só depois prosseguir.
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